quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Ave Rara

 Pergunto-me se me enquadro no estereótipo de "Ave Rara"?

Nunca fui muito de andar em bando, vejo-me como alguém que aprecia um bom monólogo do que atirar palavras mal mastigadas apenas para ocupar o lugar do silêncio.

Quando olho para a minha geração sinto que algures, numa dessas bifurcações da vida eu segui por um atalho e ainda não sei se me perdi ou não mas o facto é que me encontro quase sozinho enquanto que a outra estrada lá no fundo segue uma massa de gente aparentemente feliz.

Para esclarecer o término do parágrafo anterior, sou feliz ou sinto-me feliz! Pergunto-me apenas porque tomei esta estrada... Não seria mais fácil sorrir e acenar, não pensar tanto, não ser tão crítico e exigente comigo mesmo, não estar constantemente a testar os meus limites?... 

No meio da massa provavelmente nem tinha que fazer o esforço de andar dada a compactação provavelmente era ensardinhado e levado pela onda.

Por vezes sinto que me desafio demais e que estes desafios não tem fim, sendo feito apenas de recomeços sistemáticos sem que uma aparente estabilidade se instale e me deixe crescer barriga. 

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